quarta-feira, outubro 12, 2011

Esse Teu Olhar

Navego no teu olhar,
Cego, perdido,
Como uma noite sem o luar,
De um amor vencido.

Conservo o teu olhar,
Doce e sereno
Num revolto mar,
que neste corpo é veneno.

Recordar é viver,
mesmo quando chama,
Num silencio, por quem ama,
porque recordar também é sofrer.

domingo, outubro 09, 2011

Vivências...

Sento-me numa cadeira, nesta casa vazia, pego na caneta carregada de poesia que em qualquer folha de papel liberta, conta historias, conta a vida… cruel, sofrida, vivida intensamente e outras distantemente, isolada no mundo criado naquele quarto, em que nasceu este poeta. No frio da noite o calor das palavras aquecem, nascem da escuridão para darem alguma luz, um descanso a esta cruz que carrego. Sem embargo, cada palavra escrita, será sentida por quem tiver que sentir, imortalizada na pele de quem viveu e escreveu a eternidade de uma verdade na brevidade de uma vida. A morte seduz o tempo e já falta tão pouco, cada dia poderá ser o ultimo, o tempo voa e cada momento não vivido, será sofrimento que a vida não perdoa. Peço mais um tempo para escrever o poema que ainda não escrevi ou para viver alguns momentos que não vivi. Agarro a terra que piso com força para que não perca nenhum grão da minha passagem, nesta viagem chamada vida e sou apenas mais um viajante que deseja aproveitar cada instante, sentir tudo o que há para sentir, sejam diferentes sabores para serem saboreados ou diferentes dores para as mesmas lágrimas, sorrisos para um mundo e para quem amo, aclamo o meu tempo num ultimo suspiro que observo numa plateia vazia a ultima ceia de um corpo já cansado, vencido por um tempo que condena todos. Observo as palavras e lágrimas que outros choram, num fim anunciado desde o primeiro dia, mas esta vida não será em vão, preenchida, por esta poesia que vive por mim.