terça-feira, julho 19, 2011

Em busca da Felicidade

A mala carregada de sonhos e medos na chegada a uma nova cidade, a saudade que aumentava instantaneamente a cada passo dado. Uma despedida curta e sentida, de quem ainda tinha muito por viver e que naquele momento dava os seus primeiros passos. Olhava para o teu lado no inicio desta vida e recordava o passado que não vivemos sentia um pouco de arrependimento talvez por não ter aproveitado cada momento, cada sentimento, cada lágrima libertada. Apaixonados como nunca tivemos, o ser humano é tão estranho que por vezes necessitamos morrer para renascermos, naquela altura renasci. Observando agora estes 3 anos que passaram a voar, crescemos em momentos de amor, em momentos de dor e de sofrimento. Ficamos mais fortes e mais unidos apesar de termos momentos de fragilidade em que as lágrimas escorrem por o nosso rosto talvez seja saudade, medo ou uma simples discussão de duas pessoas teimosas que por vezes não dão o braço a torcer. A vida a dois talvez seja isso uma busca interminável pela felicidade, onde nunca podemos estar satisfeitos e temos que querer sempre mais e mais seja um sorriso ao despertar ou um beijo carregado de desejo ao adormecer.
Não há segredo para a felicidade talvez haja um e é tão simples como aproveitar cada momento cada segundo, que sentimos e sentir mais ainda, sem cobardia, numa poesia declamada para que todo mundo escute incluso quem declama oiça quem ama, essa é a mais bela poesia um amo-te escrito num espelho transpirado, um quero-te durante uma noite em que dois corpos se amam, um pedaço de papel escrito com poucas palavras deixado debaixo de uma almofada.
O vazio está presente na perda de um ser que não vimos crescer mas que cresceu em nós, uma dor que uniu o que já era unido, dando força e esperança, entre lágrimas partilhadas em noites mal dormidas onde voltamos atrás para buscar a paz que perdemos e aos poucos e poucos sem nos darmos conta construímos e concretizamos sonhos já esquecidos ou fechados em gavetas, com o tempo superamos um pouco mas nunca esqueceremos, pois a dor continua como uma marca de guerra nos nossos corpos, impossível de superar mas gostamos de pensar que nada acontece por acaso, e agora cada passo dado tem mais sabor, tem mais sentimento. Hoje a tua barriga cresce e eu acaricio-a como nunca antes fiz, partilho tudo o que tenho para partilhar e sei que fazes o mesmo, o oxigénio da felicidade é esse, partilhar tudo e nada, porque o vazio também se partilha. As dificuldades muitas vezes são criadas por quem ama num ignorar de etapas, porque queremos ir mais além do que realmente podemos, talvez devêssemos fazer um inventario de degraus e descer todos aqueles que não subimos para subirmos de novo degrau a degrau, abraçados a cada segundo sem pressa, saboreando o momento, que são esses que nos trazem a felicidade, passo a passo juntos numa valsa lenta ritmada pelo bater suave do nosso coração, e o importante não foi o final da musica ou do baile mas sim cada momento e cada passo dado em harmonia de um amar intenso, pronto a ser repetido pronto a ser saboreado de novo como se fosse a primeira vez e não a última.

André Henry Gris

2 comentários:

Formiguinha disse...

Que saudades dos teus escritos! Como conseguistes descrever o amor de uma forta tao linda e sentida! Parabens. Quem escreve assim é porque ama mesmo de verdade ;) Muitas Felicidades! bjs

Maria João disse...

Ui andré...que bonito! consegues falar dos sentidos de uma maneira extraordinária...já te disse...estou rendida à tua escrita...falta só um acerto na pontuação dos teus textos! Adoro!